domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sobre a USP

          Já nos anos 1800, surgiam as escolas e faculdades que posteriormente viriam originar a Universidade de São Paulo, como a Faculdade de Direito, a Escola Politécnica e também a Esalq, em Piracicaba. Tudo começou em 1934, quando Armando de Salles Oliveira - quem dá nome à Cidade Universitária - assinou um decreto estabelecendo a USP; ele era um interventor do Estado e depois da derrota de São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932, o estado (SP) buscava dominar o país por meio do conhecimento científico.
         Criada a USP, decidiu-se pelo surgimento de uma outra faculdade para compor o rol das que já existiam, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na Maria Antônia, que tentava dar um caráter mais interdisciplinar à coisa toda. Para essa faculdade, que contava com inúmeros problemas com professores, já que o país não era capaz de suprir tais necessidades, foram trazidas várias cabeças de pontos distintos do planeta para compor um corpo docente de respeito. Dentre os mais destacados cientistas que participaram da construção da USP, citemos Lévi-Strauss.
         Hoje, a USP conta com 7 campi, mas tudo começou aqui no Butantã. Na década de 40, outro interventor decretou esse pedaço do bairro para a criação do campus, já que todas as faculdades se encontravam dispesas pela cidade. Aos poucos, elas foram migrando para cá, sendo que a maior “onda migratória” se deu no fins do anos 1960, quando a ditadura começava a incomodar e a Maria Antônia enfrentava vários conflitos com os militares, então, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras se mudou para o campus Butantã e se dividiu em vários institutos, baseados em campos específicos do conhecimento, grupo esse do qual nosso querido Instituto de Psicologia faz parte, fundando-se em 1970.
         Da história uspiana fizeram partes nomes importantíssimos do cenário científico nacional e mundial, incluindo indicações ao Nobel - embora ninguém nunca tenha ganhado -, descobertas importantes nos campos mais variados, desde o méson-pi, partícula atômica que consagrou César Lattes, até o primeiro transplante cardíaco da América Latina, realizado por Euryclides Zerbini. Em quase todos os institutos há nomes importantes na ciência, trabalhos ocorrendo que podem alterar a percepção do mundo que temos hoje e muito mais, então orgulhe-se de ocupar um espacinho aqui. Pode não ser a melhor universidade do mundo, cheia de rankings para expor, mas é a USP.
Cézar Luquine (11)

Tripé USP

Não, não se trata de um lugar pra você colocar a sua câmera, mas dos tipos de coisas que você pode - e deve - fazer aqui na USP, e que compõem o próprio conceito de Universidade, principalmente da universidade pública: ensino, pesquisa e extensão. A extensão, o nome mais distante do seu convívio antes e mesmo durante a faculdade, deve ser entendida como prática acadêmica que articula o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade civil. Assim, através da prática extensionista, os saberes acadêmicos e populares se relacionam de forma horizontal numa via de mão dupla, superando o discurso da hegemonia acadêmica, e viabilizam o papel da universidade enquanto instituição pública capaz de transformar a realidade. Há várias chances no IP que possibilitam você realizar projetos de extensão, e o mais legal é que eles podem ser muito variados e é você que escolhe muito do que quer fazer, quase sempre. Para conhecê-los, basta um pouco de iniciativa e curiosidade. Perguntem aos seus veteranos e professores, eles adoram falar sobre isso!
         Ensino, como o nome sugere claramente, refere-se àquilo que os docentes fazem, transmitindo conhecimento progressivamente às nossas cabeças; além disso, não há muito o que dizer. Já a pesquisa, que aposto deve interessá-lo de algum modo, se trata da produção do conhecimento em si, a partir a aplicação de métodos cientificamente aceitos e do estudo de assuntos relevantes para a sociedade. A pesquisa, de modo geral, busca resposta para problemas, ou ainda a formulação de hipóteses que podem desconstruir e reconstruir ideias muito irraigadas no nosso mundo. Então, geralmente, o que o cientista busca é um maior bem-estar social e individual a partir do conhecimento que será capaz de produzir com sua pesquisa. Esses três conceitos, necessitanto agir de forma sempre muito interligada, constituem a USP como a conhecemos. O ensino preparando novas gerações de possíveis pesquisadores, profissionais e pensadores, que virão produzir conhecimento em algum ponto do seu ensino, no mínimo, e, assim, permitir que haja sempre novo conhecimento produzido para ser aplicado à comunidade, à sociedade e ao indivíduo, a partir da extensão.

Cézar Luquine (11), Fernandinho (?)

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